sábado, 17 de setembro de 2011


Programe-se para curtir o samba

17/09/2011
>> DVD BELO 10 Anos  de carreira solo ( Part.: Daniela Mercury, Lulu Santos, Padre Marcelo Rossi, Nosso Sentimento ) - Wet´n Wild (Paralela) – 21hs
18/09/2011
>> Samba Feijão  ( Titilo Oliveira  & Grupo Samba de Primeira ) Todos os domingos.Obs: Feijão com Pirão de Feijão - Espaço Nilton Cesar ( Fim de Linha Garcia Garcia - 12hs
23/09/2011
>> As rodas do Sto. Antônio (Grupo Botiquim) Acompanhando o projeto Cinema, Capoeira e Samba, o público tem a oportunidade de ver um filme na Academia do Mestre João Pequeno – com temáticas da cultura popular e seus protagonistas como Barravento de Glauber Rocha ou mesmo Batatinha e o samba oculto da Bahia de Pedro Abib –, seguido de um debate e depois ele cai na roda de samba   Entrada Franca Forte Santo Antônio  (Centro Histórico de Salvador) – 21hs
25/09/2011
>> Caruru do  Bloco Alvorada  (Bambeia,Tempero do Samba, Na Média, Negros de Fe, 5 Mulekes e Um atrevido, Aloísio Menezes, Gal do Beco) - Praça Tereza Batista (Pelourinho) – 15hs
01/10/2011
>> 4º Encontro da União da Velha Guarda do Samba /Entrada franca/ - Sede do Apaches (Dique do Tororo) – 16hs
02/10/2011
>> No Retro Eu Vou   (É o Tchan, Nossa Juventude, Selakuatro, Gang do Samba, Movimento & Paparicco & Terra Samba) - Cais Dourado (Cidade Baixa) – 14hs
02/10/2011
>> Bambeia Fest  (Porretas , Sinto Muito , Garotada , Na Media) - Chácara de cajazeiras (Cajazeiras) – 13hs
08/10/2011
>> Salvador Vai Parar  ( Marquinhos - Grupo Sensação, Estatuto de Samba( São Paulo ), Grupo Imenso Desejo ) Leopardo bar ( Chuleta ) – 20hs
09/10/2011
>> Aniversario do Fora da Midia  ( Grupo Fundo de Quintal ( Lançando do CD ), Bambeia, Movimento, Paparicco ) - Cais Dourado ( Cidade Baixa ) – 14hs
09/10/2011
>> Aniversario do Pagode da Mulher Solteira  ( Grupo Reduto do Samba, Katadinho do Samba & Fuzukada ) - Sinergia_Sindicato de Energia de Salvador  ( 7 Portas ) – 14hs
15/10/2011
>> Aniversario do Grupo Nossa Metade ( Convidados ) Bar e Restaurante Do Rafael (Em frente ao Banco Santder) – 13hs
15/10/2011
>> Grupo Só Preto sem preconceito Clube Juventude da Quadra 6,  (CIA 1) – 21hs
16/10/2011
>> Grupo Só Preto sem preconceito ( Aniversario de Walmir Lima &  Participação de sambistas da terra no quilate de Juliana Ribeiro, Nelson Rufino, Edil Pacheco, Firmino de Itapuã, Gal do Beco e muitos outros ) Espaço Cultural Society ( Fim de Linha de São Caetano) – 17hs
16/10/2011
>> Show de Aniversario Academia do Samba & Walmir Lima (Convida: O Grupo Só Preto Sem Preconceito- Direto do Rio de Janeiro) - Espaço Multicultural Society show
Rua Resende de Jesus (fim de Linha de São Caetano) – 14hs
13/11/2011
>> Aniversário Do Grupo Batida Perfeita   (Convida: a divulgar) - Clube Recreativo Plataformense  (Plataforma) – 13hs
"Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite bem no fundo todo o mundo quer zoar.."


Onde curtir samba no (Sábado)

  • Grupo Nosso Ritmo, Nilton César (Antiga Casa de Praia),Garcia18h.
  • Feijoada do Alerta com o Grupo Fora da Mídia, Sede do Alerta Geral, Rua direta da Piedade, 15h.
  • Samba Caxambu, Bar do Fuá , Pelo, 15h.
  • Grupo Paparicco & Nosso Partido, Casa da Dinha, Rio Vermelho , 22hs
  • Grupo Bom Pagode e Os Katados , Bar Água de Pote, Itapoá, 16hs
  • Grupo Partido Popular & Grupo Movimento, Rinha Music, Fim de linha de Brotas , 22hs.
  • Grupo Somos Cinco ,Bar Caraca, (Em cima do Doctor Burger / Orla), 17hs.
  • Grupo Bom Pagode & Grupo Samba do Pote ,Bar Água de Pote , itapoan, 20hs.
  • Grupo Pagode da Resenha , Bar Caraca, (Em cima do Doctor Burger / Orla), 21hs
  • Pagode da Mulher Solteira ,Ladeira da Água brusca (em frente AGOMES),  18h
  • Grupo Pagode Versado , Centro Comercia Farol Praia Center, Barra, 14 as 18hs.
  • Grupo Fusção & Samba, Caminhos do Mar, Praia de Ipitanga, 14hs
  • Grupo Samba Black, Emoções Bar, Ladeira do Sapoti, entrada antes do Habibs, Dique dos Orixás, 19:30
  • Grupo Bambeia ( O Mangue) ,Shopping esmeraldas /Itapuã (em frente a sereia) 17hs.
  • Grupo Banjolada, Espaço Irmanada Casa Azul , Pelourinho ( Ao lado de Alaide do Feijão), 21hs
  • Grupo Aquarela do Samba , Restaurante Meu Chapa ( Stela Mares ) ,17hs.
  • Igrid Lino & Grupo Katule , Botiquim São Jorge, Rio Vermelho, 20hs.
  • Grupo Samba Mocidade, Legião Herbert, Garcia, 21hs.
  • Grupo So Sei de Samba , Bar Trindade Music Bar , Pituba, 22hs.
  • Grupo Catadinho, ensaios do Bloco Afinidade, Bar e restaurante laço nordestino, ladeira da praça,16hs
  • Academia do Samba no Mar ( passeio de Escuna a noite ) , Saida Terminal Nuatico ,Comercio, 20hs.
  • Grupo Catadinho, ensaios do Bloco Afinidade, Bar e restaurante laço nordestino, ladeira da praça,16hs
  • Grupo Bom Pagode e Samba Do Pote, Água De Pote, Itapuã ,17hs
  • Grupo Diamante Negro, Ladeira Do Arco No Barbalho, 18hs
  • Grupo Chinelo de Couro, Cajazeiras X

sábado, 11 de junho de 2011

Programe-se para curtir o samba

11/06/2011
>> Samba dos Namorados (Os Intmus, Grupo Paparicco, Grupo Fruccoty)
Legião Ebert de Castro (Garcia) – 20hs
11/06/2011
>> Partido pra Namorar (Fora da Mídia & Grupo Paparicco) Part: Nosso Partido, Partido Popular, Samba Mocidade
Restaurante Casa da Dinha (Rio Vermelho) – 20hs
12/06/2011
>> Samba Feijão (Andre Buzzinga & Convidados) Todos os domingos. Obs: Feijão com Pirão de Feijão
Espaço Nilton Cesar (Fim de Linha da Fazenda Garcia - 12hs
12/06/2011
>> Gravação do DVD do Samba Comunidade (Samba Comunidade, Eo Tchan, Paparicco, Grupo Movimento, Lu Costa, Fora da Mídia, Bambam)
Cais Dourado ( Comercio) – 13hs
12/06/2011
>> 2 Cervejada da Casa da Dinha (Papo de Samba, Samba Melhor Assim, Grupo Paparicco). Obs.: Cerveja e Rosca Dobrada (das 15:00 as 18:00 )
Casa da Dinha (Rio vermelho) – 15hs
02/07/2011
>> 1 Chinella Fest
Espaço Garagem (Pernanbués) – 13hs
16/07/2011
>> Salvador Fest · Palco 2011 (Belo, Grupo Revelação, Sorriso Maroto, Banda Eva, Psirico, Timbalada) ·  Palco Pagodaço Itapoan FM (Beat Beleza, Os Sungas, EdCity, Fantasmão, Raghatoni , Os Barões, Shake Style)·   Palco de Samba Piatã FM (Sampa Crew) · Boate Funk ( A Confirmar ) Obs: A CONFIRMAR, as demais atrações.

17/07/2011
>> Salvador Fest · Palco 2001 ( Exalta Samba,  Alexandre Pires, Asa de Águia, Harmonia do Samba, Tomate e  Parangole) ·  Palco Pagodaço Itapoan FM (A Bronkka,   Rapina, Caldeirão, Let’s GO, No Styllo, Saiddy Bamba, Guig Ghetto)· Palco de Samba Piatã FM (Sampa Crew)· Boate Funk ( A Confirmar ) Obs: A CONFIRMAR, as demais atrações.            
Parque de Exposições (Paralela) – 13hs
15/10/2011
>> Aniversario do Grupo Nossa Metade (Convidados)
Bar e Restaurante Do Rafael (Em frente ao Banco Santander) – 13hs

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O PRÉ CARNAVAL DO JUSTINO ESTÁ SE APROXIMANDO NÃO DEIXE PRA CIMA DA HORA, ENVIE RECADOS ÀQUELES QUE SE MOSTRAM INTERESSADO PARA PODER ESTÁ ADIQUIRINDO O SEU ABADÁ.
*data a marcar, mas será uma ou duas semanas antes do carnaval.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

HISTÓRIA DO SAMBA

Introdução
Do tradicional samba dos escravos, passando pelo primeiro samba brasileiro Pelo Telefone (1917), aos ícones Cartola e Assis Valente, isso sem contar com o samba de breque de Moreira (Morengueira) da Silva, muita coisa aconteceu. Música para diversão (muitas vezes romântica também), que por muitas vezes serve como um aquecimento para os sambões do subúrbio do Rio de Janeiro, o pagode é um dos ritmos mais populares do Brasil. Das rodas de samba e pagode, surgiram grandes artistas da música nacional, tais como Alcione, Clara Nunes e Beth Carvalho. Do grupo Fundo de Quintal, vieram os compositores Arlindo Cruz e Sombrinha, isso sem falar nos mestres Jorge Aragão e Almir Guineto.

Quer mais? Dessas rodas vieram ainda Zeca Pagodinho, Martinho da Vila e Jovelina Pérola Negra, sempre presentes nos shows e apresentações do gênero. E como esquecer as letras irreverentes de Bezerra da Silva? Daí por diante outros estados brasileiros também aderiram ao pagode, mas dando a sua própria sonoridade. Foi o caso das bandas paulistas, que, no início da década de 90, conquistaram o Brasil, a exemplo do Raça Negra e do Negritude Júnior. De Minas Gerais veio o Só Pra Contrariar, que virou sensação na voz de Alexandre Pires, vocalista da banda.

No final da década de 90, os artistas do chamado “samba de raiz” voltaram a ter grande destaque, trazendo à mídia nomes como o de Dudu Nobre e valorizando as Velhas Guardas de grandes escolas de samba do Rio de Janeiro, como as tradicionais Mangueira e Portela.

A Bahia não ficou de fora, dando (como sempre) o seu próprio tempero ao pagode. Grupos como o É o Tchan e o Terra Samba, agregaram o batuque dos sambas de roda, resgatando as raízes do Recôncavo Baiano. Dessa nova sonoridade surgiram bandas como o Harmonia do Samba, que, liderada pelo vocalista Xanddy, logo ganhou projeção nacional.

História do samba
Gênero básico da MPB, o samba tem origem afro-baiana de tempero carioca. Ele nasceu nas casas das "tias" baianas da Praça Onze, no centro do Rio (com extensão à chamada "pequena África", da Pedra do Sal à Cidade Nova), descendente do lundu, nas festas dos terreiros entre umbigadas (semba) e pernadas de capoeira, marcado no pandeiro, prato-e-faca e na palma da mão. Embora antes de Pelo Telefone, assinada por Ernesto dos Santos, o Donga (com Mauro de Almeida) em 1917, outras gravações tenham sido registradas como samba, foi esta que fundou o gênero – apesar da autoria discutida e da proximidade com o aparentado maxixe. Também nesse estilo ambíguo são as principais composições de José Barbosa da Silva, o Sinhô, auto-intitulado "o rei do samba", que junto com Heitor dos Prazeres, Caninha e outros pioneiros estabelece os primeiros fundamentos do setor, que ganharia uma feição mais definitiva com a chamada "turma do Estácio".

Formada por Alcebíades Barcellos, o Bide, Armando Marçal, Newton Bastos e Ismael Silva e mais os malandros/sambistas Baiaco, Brancura, Mano Edgar, Mano Rubem (uma brodagem bem anterior aos manos do hip hop), essa corrente injeta uma cadência mais picotada no samba e tem o endosso de filhos da classe média como o ex-estudante de medicina Noel Rosa e o ex-estudante de direito Ary Barroso, que redimensionam o estilo através de obras memoráveis. Com a explosão da era do rádio a partir dos anos 30, o samba ganha enorme difusão através de cantores como Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas, Mário Reis, Carmen Miranda - que consegue projetá-lo internacionalmente a partir do cinema - e mais adiante Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, Elizeth Cardoso, entre outros.

Novas adesões como a do refinado baiano Dorival Caymmi, além das harmonias elaboradas de Custódio Mesquita, o molejo de Pedro Caetano, o figurino tropicalista de Assis Valente, a sobriedade de Sinval Silva, o populismo luxuoso de Herivelto Martins e o sotaque interiorano arrastado de Ataulfo Alves conduzem o samba para outros caminhos já ao sabor da indústria musical. A ideologia do Estado Novo de Getúlio Vargas contamina o cenário e do malandro convertido (O Bonde São Januário, de Ataulfo e Wilson Batista) chega-se ao samba-exaltação cujo carro-chefe, Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, torna-se o primeiro hino brasileiro no exterior.

Reconhecimento
Empurrada pela especulação imobiliária, a Pequena África já se espalha por diversos morros e primitivas favelas de onde brotam novos bambas como Cartola, Carlos Cachaça e posteriormente Nelson Cavaquinho e Geraldo Pereira, na Mangueira, Paulo da Portela, Alcides Malandro Histórico, Manacé e Chico Santana, na Portela, Molequinho e Aniceto do Império Serrano, entre inúmeros outros. O samba ganha status de identidade nacional através do reconhecimento de intelectuais como Villa-Lobos, que organiza uma histórica gravação com o maestro erudito americano Leopold Stokowski no navio Uruguai, em 1940, de que participam Cartola, Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Zé da Zilda.

Depois da fundação da Deixa Falar por Ismael em 1928, a partir da reunião de blocos do Estácio, o fenômeno das escolas de samba toma conta do cenário. E propulsiona subgêneros, do partido-alto cantado como desafio nos terreiros ao samba-enredo, trilha para desfile das agremiações. Iniciadas nos moldes dos ranchos, as escolas – Mangueira, Portela, Império e Salgueiro e depois Mocidade Independente, Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense – cresceriam até dominar o carnaval transformando-se em show bizz, com forte impacto no movimento turístico.

As concentrações urbanas que provocaram o aparecimento das primeiras danceterias populares, as gafieiras, também produzem seu estilo próprio, o samba-choro ou samba de gafieira, crivado de síncopas. Viceja ainda desde a década de 30, o samba de breque – com pausas preenchidas por falas – que consagraria o personagem malandro criado por Moreira da Silva e o samba canção, mais lento, a partir de Ai Ioiô (Linda flor) por Araci Cortes, em 1929, posteriormente influenciado pelo bolero com enredos sentimentais de que seria expoente o gaúcho Lupicínio Rodrigues. Em outras praças, como São Paulo, onde pontificaria o satírico Adoniran Barbosa, ou Bahia, terra dos enredos tristes de Batatinha, o samba incorporava sotaques regionais.

Após a Segunda Guerra, a influência cultural americana motiva o aparecimento da bossa nova, um modo diferente de dividir o fraseado do samba, agregando influências do impressionismo erudito e do jazz, inaugurado por João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, após precursores como Johnny Alf, João Donato e músicos como Luís Bonfá e Garoto. O gênero teria toda uma geração de discípulos-cultores como Carlos Lyra, Roberto Menescal, Durval Ferreira e grupos como Tamba Trio, Bossa 3, Zimbo Trio e os pioneiros vocais Os Cariocas. Na mesma época um ramal popular turbinado conhecido por sambalanço projetava o teleco-teco de Elza Soares, Miltinho, Luis Bandeira, Ed Lincoln, Luis Antonio, Djalma Ferreira e vários. Dissidências internas na bossa geraram os afro-sambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Além disso, parte do movimento (re)aproximou-se do samba tradicional, revalorizando sambistas ditos "de morro" como o portelense Zé Kéti, Cartola, Nelson Cavaquinho, Elton Medeiros e mais adiante Candeia, Monarco, Monsueto e o iniciante Paulinho da Viola.

O show Rosa de Ouro, do produtor Hermínio Bello de Carvalho, revela, além da dama do teatro de revista Araci Cortes, Clementina de Jesus, elo perdido das origens afro do samba. A exemplo de seu xará Paulo Benjamim de Oliveira da mesma escola Portela – que intermediou as relações do morro com a cidade quando o samba era perseguido – Paulinho da Viola, com sua pegada autoral mesclada ao choro, se transformaria num embaixador do gênero tradicional diante do público mais vanguardista, incluindo os tropicalistas. Também no interior da bossa apareceria um modificador do samba, Jorge Ben com seu estilo "misto de maracatu" e uma inclinação para o rhythm & blues americano, que mais adiante suscitaria o aparecimento de um subgênero apelidado suíngue.

Hora da revalorização
A princípio afastado do foco principal na era universitária dos festivais, o gênero teria sua revanche num certame específico, a Bienal do Samba e veria no final dos 60 o aparecimento do divisor de águas Martinho da Vila. Além de popularizar o partido-alto (Casa de Bamba, Pequeno Burguês), este fluminense de Duas Barras compactou o samba-enredo – forma consagrada por autores como Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola – ampliando sua potencialidade no mercado. No começo dos 70, novo surto de revalorização do samba projetaria com altas vendagens três divas Alcione, Beth Carvalho e Clara Nunes, além do cantor Roberto Ribeiro e dos compositores João Nogueira, Nei Lopes e Wilson Moreira. Descendente dos estilos de violão de Gilberto Gil (que endereçou o petardo Aquele Abraço para a ditadura) , Baden Powell e Dorival Caymmi, João Bosco em dupla com o poeta Aldir Blanc, renovaria o samba tradicional (inclusive o de enredo), algo que Aldir continuaria a fazer com novos parceiros como Guinga e Moacyr Luz, na década de 90. Ainda no fim dos 70, Beth Carvalho começaria a freqüentar rodas de samba do bloco Cacique de Ramos, onde descobriria o emergente movimento do pagode, desvelado em seu disco De Pé no Chão, de 1978.

Este ramal do samba, movido a partido-alto, pontuado pelo banjo e pela percussão  do tantan, seria uma resposta ao ocaso do samba no início dos 80 que obrigaria os participantes a reunirem-se em fundos de quintal para mostrar suas novas composições diante de uma platéia de vizinhos. Os primeiros discos solos desses pagodeiros saíram em plena redistribuição de renda do Plano Cruzado e projetaram de imediato as artes de Zeca Pagodinho (o único que se firmaria ao fim da onda inicial), Almir Guineto, Jovelina Pérola Negra e o Grupo Fundo de Quintal, que revelaria ainda a dupla Arlindo Cruz e Sombrinha. Também partideiro, o pernambucano Bezerra da Silva nesse mesmo período emplacaria seussambandidos com enredos que documentam a guerra civil da sociedade partida.

O rótulo pagode seria usado também na década seguinte para denominar uma espécie de samba-pop inspirado na balada romântica que geraria – a partir do sucesso de grupos como o Raça Negra, Negritude Jr., Art Popular e Só Pra Contrariar – o aparecimento de um número incalculável de clones com diferentes graduações de proximidade com o samba de raiz. O tronco principal, no entanto, sobrevive alimentado pela revalorização de antigos bambas ainda em atividade como Nelson Sargento, Monarco, Noca da Portela, Wilson das Neves, Walter Alfaiate e as Velhas Guardas da Portela (vide o recente disco Tudo Azul produzido por Marisa Monte) e Mangueira, além do trabalho persistente de ativistas como Nei Lopes, Luis Carlos da Vila e Wilson Moreira.